Já se percebeu que vivemos tempos do "vale tudo". Vale tudo nas acções, como vale tudo nas palavras.
A propósito das pretensas vantagens de um programa cautelar (e não de um segundo resgate, é favor não confundir), Paulo Portas afirmou que "antes ser celta do que grego", mas em "qualquer caso português". A ideia passa por associar a situação portuguesa à irlandesa e não à grega. Esquece-se Portas que as negociações entre Irlanda e troika foram substancialmente diferentes das negociações entre Portugal e troika.
A situação irlandesa não se deteriorou como a grega: são economias diferentes, com problemas distintos. Todavia, é importante não esquecer que a austeridade no caso irlandês teve consequências graves para a economia celta, consequências essas ainda não totalmente conhecidas.
De qualquer modo, vivem-se tempos em que impera o "vale tudo" e o "salve-se quem puder". Portas prefere ser celta a grego. Eu prefiro um macaco a qualquer um dos membros deste Governo. E gostos não se discutem.
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