O
ainda líder do PSD, Pedro Passos Coelho, vem manifestando uma
inusitada atracção por números: antes dos números do desemprego
haviam sido os números de vítimas mortais de Pedrogão, tudo em
escassos dias, sendo certo que o antigo primeiro-ministro optou por
deixar aos seus apaniguados a tarefa de entrar em discussões
surreais e abjectas. Mas a obsessão com os números está lá.
Agora
o PSD, desta feita através do seu líder, continua não só com a
referida obsessão como com os delírios. Então não é que a
redução significativa do desemprego, recuando para níveis de 2008,
se deve ao PSD e não ao Executivo que está há quase dois anos em
funções.
O
actual primeiro-ministro recordou as palavras do líder do PSD que
davam conta dos perigos de um aumento do salário mínimo,
correlacionando esse aumento com a subida do desemprego. António
Costa recordou ainda outro fascínio de Passos Coelho: a emigração.
Assunto sobre o qual já se disse e escreveu o suficiente.
Não
deixa pois de ser curioso assistir não só à atracção que Passos
Coelho sente por números, sempre num contexto de delírio.
Já
se sabe que o séquito do ex-primeiro-ministro defenderá o seu líder
recorrendo aos truques do costume: bancarrota (alheios ao contexto
externo ou à acção do seu próprio partido ao chumbar o PEC IV,
apostados numa outra obsessão: José Sócrates) e a inevitável
troika, coisa pouca para Passos Coelho para quem era necessário ir
ainda mais longe. E é deste modo que se pretende justificar tudo e
mais alguma coisa até os delírios de Passos Coelho, quando estes
têm uma explicação bem mais simples: são fruto do desespero. Puro
e simples.
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