Os
anos de Passos Coelho foram marcados por políticas nefastas, a
coberto da troika, outras vezes orgulhosamente para além da troika,
mas ficam igualmente marcados por uma postura de subserviência
perante o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäulbe, e por
uma falsa superioridade perante países que se encontravam sob a
alçada da troika. Durante anos escolhemos sentar ao colo da Alemanha
enquanto olhávamos de alto a baixo para outros que estavam em
situação similar ou pior do que a nossa. Um orgulho, portanto.
Vem
isto a propósito de novas revelações do ex-ministro das Finanças
grego, Yanis Varoufakis, nas quais fica novamente patente a postura
de subserviência, muito própria de sabujos, por parte dos
representantes políticos portugueses. Varoufakis afirma que em 2015
existia um acordo secreto entre a Chanceler alemã Angela Merkel e a
Grécia. Um acordo que veio a contar com a rejeição do ministro das
Finanças alemão numa reunião do Eurogrupo e teve o apoio de apenas
dois países, adivinhem quais? Espanha... e? Portugal, representado
pela ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque.
É
evidente que não eram necessárias as declarações do ex-ministro
das Finanças grego para se perceber de que lado é que o Governo de
Passos Coelho esteve; não era preciso Varoufakis fazer mais
revelações para perceber-se a posição do Governo português da
altura: em bicos dos pés para a Alemanha; de cócoras ou de mão
estendida, o que fez maravilhas pela imagem do país.
Maria
Luís Albuquerque, hoje deputada e funcionária de uma empresa de
agiotagem, não terá conseguido grande coisa quer para ela, quer
para o país. Mas as imagens, essas, ficam para muito tempo –
invariavelmente do lado errado da história.
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