O
défice foi reduzido em 971 milhões de euros no primeiro semestre,
ou seja a execução orçamental está a correr manifestamente bem.
Contrariamente a outros tempos, a notícia não teve o destaque que
seguramente merecia e quando se abordou a questão na comunicação
social das duas uma: ou se desvia a atenção para outras questões,
tantas vezes sem qualquer ligação directa, ou se procurou
desvalorizar o feito recorrendo a conjecturas que redundam
invariavelmente numa maquilhagem das contas. Provas disso? Nenhumas.
Todavia, vivemos tempos em que a retórica anda sozinha depois de ter
abandonado a dialéctica. Basta dizer, não é necessário
fundamentar.
É
evidente que a boa execução orçamental torna a questão das
sanções ainda mais ridícula; é evidente que a boa execução
orçamental deixa Passos Coelho ainda mais isolado; é evidente que a
comunicação social preferia notícias de pendor mais apocalíptico.
A
realidade por vezes é uma chatice. Afinal, contra tudo e contra
todos, a "geringonça" não só funciona, como é bem
sucedida, em oposição aos anos de Passos Coelho. Afinal a união
das esquerdas, apesar das pressões internas e externas, vai colhendo
os seus frutos e até as sondagens reflectem o sucesso desta solução
política. Não admira pois que Passos Coelho manifeste
despudoradamente o seu desespero.
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