O
partido que ganhou as eleições na Grécia anunciou o fim da troika,
sem que os juros da dívida grega disparassem, bem pelo contrário e
até a bolsa reagiu bem. A Grécia está a fazer o seu caminho,
diametralmente oposto ao caminho que Passos Coelho, Paulo Portas e
Cavaco Silva insistem em percorrer. E agora?
Depois
de anos marcados pela persistência do erro, Passos Coelho manifestou
desde logo um desprezo vergonhoso pelo "partido que ganhou as
eleições na Grécia", referindo-se ao programa do Syrisa como
"um conto de crianças", manifestando invariavelmente uma
arrogância inqualificável no que toca à Grécia. E agora Passos
Coelho? O Governo Grego conseguiu alcançar um dos seus objectivos -
o fim da troika -, sem sequer inquietar os mercados tão queridos a
Passos Coelho. E agora? Não se estará a assistir a uma mudança,
ainda que ténue, na política da Zona Euro. Não estaremos nós,
portugueses, afastados daqueles que trilham esse caminho de mudança?
Ficaremos também neste particular arredados do resto da Europa? Será
que a posição subserviente, não raras vezes mais papista do que o
papa, traz algum benefício para Portugal? O Sr. Passos Coelho não
estará ele próprio a mais neste cenário de mudança? E não estará
a austeridade a matar os países, sobretudo quando a premissa é
"pagar a dívida custe o que custar"?
E
agora Passos Coelho? Já lhe é possível pronunciar o nome do
partido político que ganhou as eleições na Grécia? Syrisa,
Tsipras e até Varoufakis são nomes que andam nas bocas do mundo,
menos, claro está, na boca de Passos Coelho que afirma
orgulhosamente não ter tido qualquer contacto com o
primeiro-ministro grego. Um orgulho que nos envergonha a todos. Esta segunda-feira aguardam-se novos desenvolvimentos.
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